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Cultura & Eventos | 12/05/2025

Secretarias de Cultura e Esporte promovem ações do Dia da Capoeira, nesta terça, 13

As Secretarias de Cultura e Esportes de Louveira promovem nesta terça-feira, 13, ações alusivas ao Dia da Capoeira, data instituída pela Câmara Municipal em reconhecimento às origens desta prática que une o esporte e a arte. 

As atividades terão início com apresentação na Escola Pedro Miqueletto às 9h e às 13h. Às 18h o professor da Escolinha de Capoeira da Secretaria de Esportes reúne seus alunos em uma aula aberta na Praça da Bica, além de palestra sobre a importância cultural .

Dando sequência, a Secretaria de Cultura e Eventos de Louveira juntamente com o Instituto Vida em Movimento promoverão a articulação de ações conjuntas entre diversos coletivos de Capoeira da cidade, com o intuito de fortalecer e valorizar essa importante expressão cultural.

O evento aberto ao público acontecerá no Salão de Eventos da Cultura, com a participação dos grupos: 
- Escola de Capoeira Gingando e Estudando, representada pelo Mestre Vampiro, Professor Micuim, Instrutor Coyoti e seus alunos;
- Escola de Capoeira CASA da Iuna, representada pelo Contramestre Brasil, Professora Penélope e seus alunos;
- Grupo de Capoeira Raízes do Alforria, representado pelo Mestre Onça, Monitor D Menor, Graduada Bia e seus alunos.

Capoeira no Brasil:
A Capoeira, enquanto manifestação da cultura popular brasileira, carrega em sua essência o espírito de resistência e a busca histórica por liberdade. Em Louveira, as aulas de Capoeira são ministradas em diferentes pontos do município, abrangendo desde as regiões centrais até áreas mais periféricas, garantindo o acesso democrático à prática.

O principal objetivo das ações articuladas é fomentar e difundir a Capoeira como patrimônio cultural, promovendo sua valorização e reconhecimento no âmbito local.


A capoeira surgiu como resposta a violência a qual os escravizados eram submetidos em tempos coloniais e imperiais no Brasil. A partir de golpes e movimentos corporais ágeis, a luta permitia que eles se defendessem das brutais perseguições dos capitães do mato, cuja atribuição era capturar quem havia fugido.
 
Para não levantarem suspeitas – os senhores de engenho proibiam que praticassem qualquer tipo de esporte – os capoeiristas adaptaram os movimentos e adicionaram elementos coreográficos e musicais, camuflando seu verdadeiro significado. Após a abolição da escravatura, a prática continuou sendo vista como subversiva e apenas em 1937 deixou de ser considerada criminosa pelo Código Penal brasileiro.
 
Acredita-se que a origem do nome capoeira tenha relação aos locais onde o esporte era praticado: em campos abertos e sem vegetação. Esta técnica era também uma forma de preservar a cultura de origem e desenvolver laços entre os praticantes.

Hoje, a capoeira é considerada umas das maiores manifestações culturais brasileiras e é reconhecida mundialmente como prática que une o esporte e a arte. A música é um dos elementos que distingue esta modalidade de outras lutas. Inclusive, é essencial para que o praticante seja considerado um capoeirista completo. Além dos movimentos corporais, os praticantes devem também saber tocar instrumentos de origem afro-brasileira como o atabaque, o agogô e o berimbau. Este último é o principal dos instrumentos e também o mais famoso e mundialmente associado à capoeira. Existem ainda diferentes maneiras de toques, como o "toque de cavalaria", que era utilizado para avisar aos capoeiristas que a polícia estava se aproximando.
A celebração do Dia Mundial da Capoeira está prevista no Artigo 10 da Convenção Internacional da Capoeira, documento que criou a Federação Internacional dessa arte. O objetivo é congregar todas as comunidades de capoeira ao redor do mundo e estabelecer um organismo único de regulamentação do esporte.

Em 2014, a prática foi reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). Assim, a tradição passa a ser vista como uma filosofia de mundo, buscando manter o respeito entre comunidades, promover integração social e salvaguardar a memória de resistência do povo vindo da África.

No Brasil, a Roda de Capoeira já havia sido reconhecida pelo Iphan como Patrimônio Cultural Brasileiro desde julho de 2008 - conquista essa que reflete mais de oito décadas de combate contra o preconceito à prática.