Saúde | 18/09/2013
Saúde domiciliar ultrapassa a marca de 4.800 atendimentos neste ano
Eles conhecem o paciente pelo nome, sabem de cor suas doenças e até mesmo como é seu ambiente familiar. Fazem exames de rotina, criam vínculo direto com o paciente acamado e trabalham incessantemente pela sua recuperação tanto motora quanto cerebral. Indispensáveis para a saúde básica, a equipe do Programa de Saúde Domiciliar (PSD) de Louveira já realizou 4.858 atendimentos neste ano, principalmente a pacientes com quadros crônicos de Alzheimer, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e câncer.
“A principal virtude do programa é o atendimento humanizado. E para garantir a eficiência contamos com uma equipe completa com 13 integrantes, desde médico, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudióloga, psicóloga, nutricionista, dentista e motoristas que auxiliam no transporte”, diz o prefeito Junior Finamore.
Estimativas do Departamento de Atenção Básica do Governo Federal apontam que a atenção domiciliar gera economia de 80% dos custos a um paciente, quando comparado com um paciente internado em hospital.
“Este programa (Saúde domiciliar) é de extrema importância para o município”, pondera o médico do PSD Mário Sérgio Reple, que atua há 17 anos na saúde pública de Louveira. “Sem o programa, os pacientes impossibilitados de se locomover teriam dificuldades em acessar a saúde pública. Assim, nossa equipe ajuda também a diminuir a demanda por atendimento hospitalar e reduz o índice de internações e infecções hospitalares”, diz ele.
Desde o início das atividades do programa, em 2003, 387 pacientes já receberam as visitas periódicas e mais de 200 pacientes foram atendidos eventualmente. Atualmente a equipe multidisciplinar atende de segunda a sexta – das 7h às 17h – cerca de 90 pacientes de todos os cantos da cidade. “Atendemos pacientes que se encontram acamados, impossibilitados de caminhar, com limitação motora e até mesmo sem autonomia para as atividades cotidianas – como se alimentar, tomar banho, entre outras dependências”, explica a secretária Municipal de Saúde, Pâmela Mango.
Este é o caso da paciente H.O. M., 60, vítima de um derrame que há dois anos reduziu as suas capacidades motoras. Ela recebe quase que diariamente a atenção das enfermeiras, que trabalham na remoção e colocação de curativos, sondas e soro. E toda semana é visitada pela dentista - que averigua a higiene bucal -, fisioterapeuta, nutricionista e integrantes das outras especialidades. “O empenho da equipe é muito grande e o serviço facilita muito para nós, pois a minha avó não consegue andar mais e é muito difícil levá-la ao posto de saúde”, diz o neto da paciente L. O. M.
Na segunda visita do dia, o médico e sua equipe se depararam com uma situação menos crônica, mas em local de difícil mobilidade, com escadas íngremes. C. B. S., 62, tem úlcera na perna e recebe o primeiro atendimento domiciliar. Durante a avaliação do médico, seu marido comenta a experiência que teve há poucos meses com a mesma equipe. José Oliveira da Silva se recuperava de uma fissura no fêmur. Impossibilitado de caminhar por cinco meses, não tinha condições de ir à unidade de saúde do Burch – a mais próxima de sua casa. Para piorar a situação, a casa da família foi construída em um barranco e para chegar à rua é preciso subir uma escada bastante abrupta. “Precisei durante cinco meses da atenção do médico e dos enfermeiros. O serviço foi excelente e acabamos criando uma relação bem próxima”, disse. “Conheço todos eles pelo nome”.
Odontologia
A dentista Larissa Marques é a responsável pelo atendimento odontológico oferecido uma vez por semana aos pacientes do programa. Ela explica que o paciente esta fica exposto a muitas infecções que começam pela boca e se tornam sistêmicas. “Algumas podem inclusive virar uma pneumonia”, diz.
Segundo a dentista, as doenças bucais mais encontradas são as cáries e gengivites, em consequência da dificuldade de manter a higiene bucal dos pacientes.
Assistência Social e Psicologia
A cobertura do PSD não fica restrita somente a saúde. A assistente social Evandra Simplício atua na avaliação das condições sociais da família do paciente. Quando é diagnosticada alguma vulnerabilidade, ela encaminha o cadastramento da família aos programas sociais oferecidos na cidade.
A figura da assistente social é muito importante no trabalho de equacionar os problemas familiares. Ela auxilia a psicóloga a solucionar a problemática familiar do paciente.
Fisioterapia
Os exercícios fisioterápicos são primordiais à reabilitação motora do paciente. Muitas pessoas vitimadas pelo ACV, por exemplo, possuem dificuldades em seus movimentos e necessitam reestimular o cérebro e os músculos para recuperar a coordenação motora. Por meio deste trabalho, muitos pacientes conseguiram ter alta da visita domiciliar ao voltar a ter condições de locomoção.
Nutricionista
A figura da nutricionista é muito atuante no cotidiano dos pacientes acamados. Ela é quem realiza a orientação nutricional, fornecendo dietas e ponderando a sonda nasoenteral – em alguns casos.
Terapia Ocupacional
Trabalha a parte cognitiva, do conhecimento, da capacidade de assimilar as informações. Atua com os pacientes com perda de funções, como vítimas de AVC e Alzheimer.
Trabalha nas deficiências de rigidez motoras, indicando as orteses (talas) e supervisionando seu uso para evitar vícios de posição e deformidades.
Enfermagem
A enfermagem é o pilar de sustentação do programa. Os enfermeiros e auxiliares são responsáveis pelos curativos, supervisão e troca de sondas.
Serviço:
Para requisitar o serviço de saúde domiciliar é preciso entrar em contato com a Secretaria de Saúde pelo telefone: (19) 3948.5300