Cultura & Eventos | 20/03/2025
Louveira 60 anos: Uma história de luta e conquistas de uma das mais belas cidades do País

A cidade de Louveira foi fundada em 1639. Segundo os historiadores, o primeiro povoador da cidade foi Gaspar de Oliveira, que veio de Logroña (Espanha) com sua esposa Páschoa Costa. Gaspar morreu em 1660. Consta-se que o nome da cidade possa ser o sobrenome dele, mas não há um consenso sobre isso, até pelo sotaque.
Outra possibilidade é que o nome venha de uma árvore muito comum na região naqueles tempos, a Louveira, que está ameaçada de extinção. Há um belo exemplar dela no final da Avenida José Niero., no centro da cidade.
Gaspar de Louveira e a esposa se mudaram para o pouso dos Oliveiras, onde as famílias Oliveira e Leme do Prado tinham terras. Na região, que também ficava próxima a Jundiaí, os bandeirantes paulistas descansavam pelas matas. Foi Gaspar de Louveira quem plantou as primeiras videiras da região, trazidas da plantação em Jaraguá.
Ainda em 1639, Raphael de Oliveira, o fundador de Jundiaí, trouxe de São Paulo a filha Ana Maria Ribeiro, com 10 anos de idade, que mais tarde se casou com o primeiro vereador da cidade: João Leme do Prado. Os registros históricos apontam que João Leme do Prado e Manoel Peres Calhamares também moravam em uma área que hoje pertence ao município de Louveira.
Louveira pertence a Jundiaí por mais de 300 anos como Vila de Louveira. Havia também a Vila de Rocinha, atual cidade de Vinhedo. Em 31 de outubro de 1908, a Vila de Rocinha passou a categoria de Distrito.
Em 1948 Vinhedo desmembra-se de Jundiaí. Louveira passa a pertencer a Vinhedo como bairro. Em 1949, o Bairro de Louveira conseguiu eleger cinco vereadores: Nicolau Finamore, Belmiro Niero, Gilberto Ajjar, José Baggio e Francisco Bossi, que atuaram na primeira legislatura do Município de Vinhedo, entre 02 de abril de 1949 à 1º de abril de 1953. O prefeito era Abrahão Aun.
Em agosto de 1952, os vereadores residentes em Louveira e outras pessoas organizaram uma reunião preparatória para reivindicar a elevação do Bairro à Distrito, com a presença de Dr. Abrahão Aun, Odilon Leite Ferraz, José Finamore, Augusto Pasti, Dr. Arnaldo Lemos, Francisco Bossi, Gilberto Ajjar e outros.
Em 1º de janeiro de 1955, por Lei apresentada à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Louveira foi elevada à categoria de Distrito.
No dia 1º de dezembro de 1963, o povo em plebiscito se manifestou pela elevação de Louveira à Município por 1015 votos favoráveis e apenas 32 votos contrários.
Através do Lei nº 8092, de 28 de fevereiro de 1964, Louveira emancipa-se de Vinhedo.
Em 07 de março de 1965 realizaram-se as eleições municipais e os seus primeiros representantes eleitos foram os senhores Odilon Leite Ferraz, Prefeito e Belmiro Niero Vice-Prefeito.
Em 21 de março de 1965 houve uma missa em ação de graças pela diplomação e posse dos senhores Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores.
Às 14:00 horas, na Câmara Municipal de Louveira, foi realizada a sessão solene, presidida pelo M.M. Juiz Eleitoral da 65ª zona de Jundiaí, Dr. José Duílio Nogueira de Sá.
PONTOS HISTÓRICOS DA CIDADE
Estação Ferroviária e a Linha Férrea da Companhia Paulista de Estrada de Ferro
Em 31 de março de 1872 era inaugurada a Estação Ferroviária e a Linha Férrea da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, cuja primeira diretoria foi eleita em 1868. Em 1870 passou a ser chamada de Estação Louveira e foi mantida pela Companhia Estrada de Ferro Sorocabana, que promoveu uma série de ampliações e a construção de plataformas também entre os anos de 1914 e 1915.
Conjunto de Casa dos Trabalhadores da Cia Paulista de Estrada de Ferro, que depois passou para o domínio da Ferrovia Paulista S/A (FEPASA). Formando um conjunto habitacional de casas construídas para trabalhadores ao longo das vias férreas, o local tem uma importância histórica pela relação da formação da história dos trabalhadores da cidade e ferrovia, destacando a relevância arquitetônica existente em poucos locais no país.
Fazenda Santo Antônio
Com 2.514 m², a Fazenda Santo Antônio foi construída durante o século XIX, contendo casa principal e secundárias de arquitetura colonial, trilhas, espaços, estrada de acesso à grandes rodovias, dentre outras construções.Em 2015 passa a ser propriedade da Prefeitura Municipal de Louveira, com execução de obras para uso público.
“Cemitério de Escravos”
Território com construções em taipas e escavações semelhantes de covas. Localizada nas terras da Fazenda Conceição do Barreiro, é intitulada como cemitério de escravos por meio de história oral, mas sem comprovação documental. Fazendo necessário um estudo arqueológico, principalmente pelas possibilidades da existência e o significado para a história do país.
Igreja e Rio Capivari
Região localizada às margens do Rio Capivari, onde tem início a ocupação da cidade e com a primeira Paróquia de Louveira. No local, também foi instituído o primeiro Colégio da Cidade. Além da Igreja Católica Apostólica Romana do Sagrado Coração de Jesus, no território também tem diversas casas com característica arquitetônicas do início do século XX, formando um conjunto habitacional que relaciona ações culturais (Igreja), ambientais (Rio Capivari) e sociais (Habitações). Fundada em 13 de novembro de 1939, com a presença de dom José Gaspar de Afonseca e Silva (arcebispo de São Paulo), a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, também conhecida como Igreja do Capivari, pertenceu inicialmente ao município de Jundiaí, acompanhando as transformações da região desde o início da década de 1930. Seis anos antes de sua fundação, em 1933, um grupo de fiéis passou a se reunir e planejar a construção da igreja. Desde então, passou a receber e celebrar diversas visitas e missas, além de desenvolver atividades relacionadas às práticas católicas. Em 1957 foi construída a Igreja de São Sebastião, próxima à paróquia.
Subestação de Energia
Construída em 1921, a subestação era responsável pela geração de energia elétrica para o trecho Campinas-Jundiaí, parte da Estação Louveira. Nomeada em homenagem a Francisco Paes Leme de Monlevade (1860-1944), engenheiro ferroviário que atuou como dirigente da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (CPEF) e da Estrada de Ferro Sorocabana, o espaço conta com um conjunto de residências, jardim estilo inglês, galpões com maquinário e busto em homenagem ao engenheiro. Em 1999 a subestação é desativada, dada a substituição do uso de energia elétrica para o diesel.