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Esporte, Lazer e Juventude | 07/08/2013

Jovens promessas, tenistas de Louveira vislumbram medalha nos Jogos Abertos após vitória nos Regionais

Foto: Divulgação

O tênis brasileiro está longe do protagonismo. As raquetadas certeiras de Gustavo Kuerten já representam um passado um pouco distante no imaginário dos jovens tenistas atuais. Mas não se pode negar que lá atrás, no começo dos anos 2000, as conquistas de Grand Slam’s do catarinense geraram um verdadeiro ‘boom’ do Tênis no País. E, à luz do sucesso de Guga, adeptos de diversas classes sociais rebateram o estigma de ‘esporte elitizado’ para fora das quadras.

Foi neste momento de popularização do tênis que os jovens Mateus Loschi e Gabriel Tumasolis - hoje com 16 e 17 anos - começaram a dar os primeiros voleios. Com apenas cinco e três anos de idade, já demonstravam certa habilidade ao bater na bola. Hoje, com uma rotina de seis horas diárias de treino, a dupla vislumbra um futuro em comum: se tornar tenista profissional. Mas ainda há um caminho longo pela frente, e eles sabem disso. Tanto que para alcançar este objetivo, os jovens se juntaram ao professor e jogador Emerson Lima e começaram a disputar campeonatos de respeitável expressão. E a união dos três já começou a demonstrar resultados.  O trio conquistou no mês passado o título do Tênis de Campo dos Jogos Regionais, ao bater Tatuí, Iperó, Araçariguana nas semifinais, e Mairinque na final.

O ouro em Votorantim garantiu ao trio a possibilidade de disputar os Jogos Abertos do Interior, de 14 a 26 de outubro em Mogi das Cruzes. Repetir o feito nesta competição, porém, é uma missão bastante improvável, mas a equipe trabalha forte para fazer bonito e conquistar a medalha inédita. “Neste campeonato (Jogos Abertos) a competitividade é bem maior. Muitas cidades investem na contratação de profissionais, o que aumenta muito o grau de dificuldade, mas estamos trabalhando bastante para, quem sabe, conquistar uma medalha inédita”, diz o treinador Emerson Lima.

Regulamento e Resultados

O regulamento da competição nos Jogos Regionais é espelhado na Copa Davis. São realizadas duas partidas simples (na Copa Davis são quatro) e em caso de empate – isto é, se cada cidade ganhar um jogo – o confronto é decidido após a disputa em duplas. Na trajetória da vitória, Louveira venceu Tatuí e Iperó por 2 x 0; bateu na semifinal Araçariguama por 2 x 1 após vencer partida de dupla; e conquistou o título diante de Mairinque por 2 x 0.

 

Confira o Bate-papo com os tenistas:

Sensação de representar a cidade

Gabriel: “É uma sensação muito boa. O nosso grande objetivo é levar o nome da cidade nas mais importantes competições do Estado”.

Mateus: “É muito bacana jogar pela cidade. Todo mundo se conhece em Louveira, então o pessoal nos reconhece e elogia nas ruas pela nossa conquista”.

Rivalidade nos Jogos Regionais

Emerson: “A rivalidade nos Jogos Regionais sempre existe e é muito forte. É normal isso no Esporte. Fora de quadra a rivalidade também existe, mas não impede a interação com outros atletas.”. “Em quadra a competição é sempre leal, tanto que há apenas um árbitro para quatro partidas simultâneas e grande parte das decisões é feita em acordo entre os atletas. O ‘fair play’ está sempre presente. Afinal, o tênis é um jogo entre cavalheiros”. 

Trabalho, trabalho e trabalho

Emerson: “levo sempre comigo três palavras: trabalho, trabalho e trabalho. É preciso ter, paciência, persistência e teimosia para conquistar os resultados desejados”.

Mateus: “Já eu tenho uma frase que me dá forças para treinar cada vez mais: ‘Não há dia fácil, o único dia fácil foi ontem’”.

Gabriel: “Com essa filosofia de trabalho, o professor Emerson me orientou a ter o pensamento de sempre acreditar, buscar sempre lutar pelos meus objetivos. Foi então que os resultados foram aparecendo”.

Ídolos no Tênis

Gabriel: “Gosto bastante do Djokovic. Ele tem um estilo bastante agressivo.”

Mateus: “Já eu prefiro o estilo do Rafael Nadal. Ele não tem pressa para conquistar o resultado e sabe utilizar bem a parte física”.

‘Efeito Guga’ e Tênis no Brasil

Emerson: “Há 10 anos o tênis brasileiro era tomado pelo ‘efeito Guga’. Hoje, essa febre esfriou muito e ficamos carentes de ídolos no esporte, apesar do Thomas Bellucci ser um grande tenista, porém não consegue títulos de expressão mundial”. “O tênis brasileiro está em baixa. Precisamos investir mais no trabalho de base, garimpar ídolos em potencial e valorizá-los. Acredito que a realização de projetos sociais é um grande passo para isso, para promover novamente a popularização do esporte”.

Bate-bola com Guga

Emerson: “Uma vez eu bati uma bola com o Guga. A gente fazia pré-temporada na academia do Larri (Passos, ex-treinador do Gustavo Kuerten) e no final dos treinos fui chamado para bater bola com ele. Foi bastante divertido e hoje a amizade continua”, encerra o treinador.