Educação | 21/09/2023
Intérprete de libras, acessibilidade e políticas inclusivas qualificam Rede Municipal em Louveira
Neste Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, ressalta as ações pedagógicas desenvolvidas nas escolas de Louveira; no próximo sábado (23) também é celebrado o Dia Internacional da Língua de Sinais para valorização da comunidade surda e seus direitos
As ações inclusivas desenvolvidas pela Prefeitura na rede municipal de ensino fazem com que a população de Louveira tenha motivos reais para celebrar no próximo 23 de setembro o Dia Internacional da Língua de Sinais, e, especialmente nesta quinta-feira, 21 de setembro, em que é celebrado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. Juntas, as datas compõem uma outra importante campanha de mobilização de inclusão social – o Setembro Azul, conhecido também como Setembro Surdo, de conscientização sobre a relevância da comunidade surda e seus direitos.
Segundo a Secretaria de Educação, a rede municipal de ensino de Louveira conta com duas intérpretes de libras, em atendimento às duas crianças com deficiência auditiva, uma aluna da EMEB Frederico Pagotto, que está no 5º ano do Ensino Fundamental, e uma aluna do CECI Pequenos Brilhantes, na Educação Infantil. Com a presença das profissionais, as escolas mantêm um ambiente de plena acessibilidade tanto pedagógica como estrutural.
A intérprete de Libras da EMEB Frederico Pagotto, Kelda de Oliveira Santos Rodrigues, atua diretamente com a aluna T.S.O, que estuda no 5º ano. O trabalho dela é mediar a comunicação entre o professor e a aluna, acompanha-la durante todo o período escolar e fazendo a interpretação da língua portuguesa para Libras. Mas ela explica que, além do atendimento à estudante, o trabalho realizado dentro do ambiente escolar ganhou proporções mais amplas, o que tem possibilitado a ela o ensino da Libras para os demais alunos e envolvê-los em novos contextos.
Apesar de a língua de sinais não fazer parte da grade, os alunos participam de uma série de atividades que valorizam a Libras e ensinam aos alunos o respeito às necessidades dos colegas. Essa realidade inclui atividades, brincadeiras, teatros, apresentações musicais e valorização de datas comemorativas. Na Festa da Uva deste ano, por exemplo, os alunos fizeram uma apresentação durante a cerimônia de abertura da festa cantando o Hino Nacional e o Hino de Louveira, juntamente com a intérprete Kelda e a aluna T.S.O. A apresentação se repetiu também em junho durante a formatura do Programa Proerd, mas desta vez participaram todos os alunos das turmas do 5º ano da escola.
A profissional conta que, para que aprendessem, ela gravou um vídeo ensinando as crianças, e que foi repassado pelo policial instrutor do Proerd às crianças do 5º ano, participantes do Programa. “As crianças ensaiaram desta forma virtual para que todas pudessem participar juntamente com a T. cantando em libras”, conta.
Mas as ações não param por aí. Na EMEB Frederico Pagotto outras ações são inclusivas neste sentido, entre elas o calendário em Libras, o cardápio da merenda adaptado, e toda a sinalização do ambiente escolar – refeitório, banheiro, além da interpretação das atividades em que a aluna participa. A profissional conta ainda que, especialmente neste mês, para celebrar o Setembro Azul, as crianças participaram de um bate-papo diferente com a aluna atendida, em que ela trataram sobre a importância da comunidade surda e da Libras.
A outra aluna atendida na rede é aluna do CECI Pequenos Brilhantes, tem 4 anos, está na fase de Educação Infantil e é atendida por uma outra intérprete. A mãe dela. Ana Maria, conta que a intérprete tem contribuído de forma significativa para o desenvolvimento da filha e aperfeiçoamento da comunicação dentro da família.
“Minhas duas filhas têm deficiência auditiva. A mais velha, de 7 anos, não precisou de intérprete, mas a mais nova, de 4 anos sim precisa porque não desenvolveu a fala. E com a intérprete de Libras na escola com ela incentivou até mesmo eu e minha filha mais velha a aprender também a língua de sinas para poder conversar com ela. Nós duas estamos estudando em casa mesmo, pela internet”, conta a mãe.
O Prefeito, Estanislau Steck, afirma que a inclusão é prioridade da gestão e que, por meio do trabalho de todas as secretarias, a Prefeitura tem avançado de forma a ofertar atendimento digno e igualitário para toda a população e em todos os ambientes públicos.
“Temos atuado para valorização deste tipo de gestão, não apenas dentro da escola como também em outros ambientes sociais. Mas principalmente na escola, onde as crianças precisam desde pequenas vivenciar a inclusão, sem distinção entre as pessoas.
Um exemplo disso foi a valorização da interpretação de libras na festa da uva, como importante evento social. Junto com a intérprete, as crianças, mesmo não sendo surdas, fizeram uma bela apresentação em libras, que é fruto dessas ações educativas que temos na rede de ensino. Mas são muitas as ações da gestão que atendem a todos os tipos de deficiência. Inauguramos deste ao o Centro de Referência do Autismo, que tem sido modelo para a região devido à sua estrutura de atendimento; e na própria rede de ensino temos os profissionais especializados para atendimento multidisciplinar das crianças com diferentes necessidades, além, claro, da linguagem de sinais”, disse o Prefeito, Estanislau Steck.
A presença do tradutor e intérprete da Línguas Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa no ambiente escolar é um direito estabelecido legalmente para que o cidadão tenha acesso aos conteúdos curriculares durante todo o período em que ele estiver estudando, independente da fase educacional.