O Hospital de Campanha de Louveira ganhou mais um importante reforço na batalha contra o coronavírus nessa quinta-feira (15) com a instalação de uma usina de produção de gases medicinais, que será responsável por todo o processamento de oxigênio para o consumo dos 24 leitos de internação do local. 

A usina tem capacidade para produção diária de 240 m3, o que equivale a 24 cilindros de 10m3. De acordo com a Secretaria de Saúde, a média diária utilizada no Hospital de Campanha nos períodos mais críticos é de 21 cilindros. O insumo é essencial para o atendimento de casos graves da Covid-19. 

"Garantir a autossuficiência na produção de oxigênio neste momento é uma grande conquista, principalmente por conta da dificuldade na aquisição do oxigênio medicinal e do aumento da demanda por parte dos municípios,”, afirma o secretário de Saúde, Eduardo Gomes de Menezes. 

O secretário ressalta ainda que o contrato de fornecimento de cilindros de oxigênio continua vigente, caso seja necessário realizar novas solicitações. “Trata-se de um diferencial importante que vai garantir – além de economia de recursos - mais segurança para as operações do Hospital de Campanha”, ressalta. 

O objetivo da Secretaria de Saúde é realizar, em breve, a instalação de uma usina para abastecer também os leitos de UTI da Santa Casa. 

Necessidade de oxigênio 

Para a maioria das pessoas, o ar respirado normalmente com 20.9% de oxigênio é suficiente, mas quando você está com os pulmões comprometidos – o que acontece no caso de pacientes com complicações respiratórias causadas pela covid-19 - precisa compensar isso de alguma forma. 

O corpo tenta respirar mais rápido e mais fundo, mas isso não resolve por muito tempo. A solução encontrada pela Ciência é aumentar artificialmente a quantidade de oxigênio inspirada, por meio de aparelhos que garantem maior fluxo de oxigênio, como os cateteres nasais ou ventiladores mecânicos. E é aí que entra a necessidade de cilindros de oxigênio para os tratamentos realizados nos hospitais. 

Usina 

A usina de oxigênio funciona por meio de aparelhos que realizam a compressão do ar seguido da filtragem que remove o nitrogênio, CO2, CO, Argônio e vapor d´água. Esses filtros, os elementos adsorventes, são compostos de aluminosilicatos, minerais feitos de alumínio, silício, oxigênio, e dependendo da variedade titânio, zinco, etc. A estrutura molecular desses minerais funciona como uma “peneira molecular”, prendendo alguns tipos de moléculas. 

Passando o ar por determinados tipos de adsorventes, torna-se possível produzir oxigênio com pureza acima de 93%.